O convite dirigido, pela Academia de Produtores Culturais, ao professor catalão Toni Puig para ministrar em Lisboa dois seminários sobre gestão e comunicação cultural, prende-se essencialmente com o desígnio de facultar aos responsáveis por equipamentos culturais, produtores, directores ou programadores do sector público e privado, bem como às organizações socioculturais do terceiro sector, um conjunto de abordagens teóricas e práticas que consideramos úteis, eficazes e críticas no horizonte da produção e das práticas culturais contemporâneas.
De facto, não esperamos de Toni Puig outra coisa senão a proposta de um pensamento crítico humanista, dirigido às metodologias da gestão cultural, designadamente nos campos do marketing e da comunicação cultural.
Ainda que a letra do seu espírito insubmisso declare que o importante não é a gestão, o indispensável são as ideias que propomos, pretende-se que a sua presença possa contribuir para o debate em torno que questões como a democracia cultural, a participação e a cumplicidade dos cidadãos na esfera cultural pública das nossas cidades. Ou não fosse para ele um imperativo, a perspectiva de trabalhar em marketing de serviços públicos a partir da pluralidade dos cidadãos, e não a partir dos requisitos internos e burocráticos da administração pública.